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Homotenebrus (Rascunho)
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....... Na mesa de uma movimentada taberna, Antony, como de costume, aprecia uma saborosa bebida. Ouvem-se apenas as músicas de um grupo musical que toca instrumentos com sonoridade suave e ao mesmo tempo alegre, além dos constantes gritos de clientes que festejam tomando vinho e saquê.
........ Ele pensa profundamente.
........ Sua aparência é delicada. Os cabelos são compridos e intensamente negros, escuros como a noite. Com vestes escuras e jóias no corpo, chega a ser um tipo de pessoa comum nas redondezas. Calmo e relaxado, nem mesmo sente o tempo passar.
....... Ele, tranquilamente, induz o seu olhar para loira garçonete que, observando-o, pisca o olho rapidamente. Antony responde com um sincero e breve sorriso, mas logo perde a atenção quando um grupo de guerreiros brutamontes se aproxima de sua mesa, embriagados e eufóricos. Um deles se aproxima muito de Antony e diz:
........ – Desculpe-me pelo incômodo, baixinho, mas precisamos de sua mesa. – Seu irônico sorriso chega a ser agonizante para Antony que profundamente esconde esse sentimento, demonstrando apenas um penetrante olhar.
....... Devido o grande movimento daquela noite, Antony já imaginava que alguém pudesse pedir as cadeiras ou usar a mesa que ele ocupava, mas não da maneira que ele pediu. Ele poderia ter sido mais educado. Talvez o tamanho de seus músculos em comparação aos de Antony impedisse que o grande homem se submetesse a falar com um tom de igualdade.
........ – Sim, certamente terás quando eu terminar com a minha bebida – respondeu Antony, que nem mesmo chega a olhar para o guerreiro.
........ O guerreiro olha para os seus companheiros, pega o copo de Antony e derrama todo o liquido no chão.
........ – Acho que sua bebida acabou.
........ Antony levanta o braço devagar.
........ – Garçonete, mais um. Por favor!
........ Foi um desafio feito pelo orgulhoso guerreiro e logo aceito por Antony. Os funcionários da taberna logo notam que alguma coisa muito desagradável iria acontecer se Antony insistisse em não abrir mão de sua mesa.
........ O guerreiro, demonstrando muita raiva, soca o peito de Antony de uma forma monstruosa que chega a arremessá-lo em metros de distância ao chão. Logo a música para e toda a atenção é voltada para eles.
........ Antony, levantando-se devagar bate a poeira da roupa e volta para a mesa, sentando-se. O guerreiro corre para batê-lo novamente, mas Antony logo se levanta, com uma velocidade incrível. Esquivando-se, com a ponta do pé desequilibra o guerreiro e com muita força quebra a cadeira na cabeça do brutamonte. Então, os companheiros do guerreiro nocauteado se enfurecem e cercam Antony.
........ A face do jovem, que antes era delicada e carismática se torna sombria e assassina. Ele fica encurralado pelos homens altamente armados e se agarra na parede como se a gravidade não existisse.
........ – Ele é um tenebrus – disse um cliente com olhar surpreso.
........ – Peguem-no! – gritou outro cliente, muito eufórico.
........ Muitas armas são desembainhadas e os homens se preparam para atacá-lo. O clima que antes era calmo e animador, agora é aterrorizante. Ao ver a garçonete correr para os fundos da taberna, ele rapidamente segue o mesmo caminho, antes deixando algumas moedas no balcão. Nos fundos da taberna, a garçonete abre uma porta e Antony sai, antes pondo a mão no rosto dela e fazendo um breve carinho.
........ Numa fuga bem sucedida, Antony entra na floresta. Sente sede e para pra tomar água na beira de um rio que ali havia. Ao se agachar, sente uma dor intensa em sua perna direita e logo nota que está sangrando. Uma flecha o atingiu de raspão durante a fuga. Antony vê o reflexo da lua na água antes da imagem desaparecer aos poucos e ele cair em sono profundo. Havia veneno naquela flecha.

....... “Sou caçado por um crime que não cometi. Julgo-me inocente, mas o mundo não aceita um bom coração dentro de um corpo coberto de maldição.”



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